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Este filme é uma homenagem a Chico Mendes e a todos os brasileiros vítimas da violência e do descaso.

O trabalho sujo foi bem feito.
O preço,
A mão e a arma,
O beijo, a cilada
E o jeito.
O jeito…

Onde estão as marcas,
As chagas no teu corpo?
Onde, os sinais do teu martírio,
A ferida aberta no teu peito?

Calaram-te.
E a morte por dentro é a pior morte.

Filho, o que fizeram contigo?

Sem ideais,
Anda-se não se sabe por onde,
Olhos no chão,
Na pedra que viu, mas que não lembra,
Na parede que ouviu, mas que também não sabe.

Procura-se, em vão, a liberdade…

Tantos crimes sem vestígios…
E a dor, assim, de quem fica
É a dor maior.

Grades, grades, grades…
Brotam como ervas nas minhas florestas,
Nas minhas cidades.
Na mata,
No morro…

mata…
morro…

Morro a tua morte.
Morro a vida que teria sido tua.
Morro a tua ausência, o teu frio, o teu silêncio…

Mas outro filho virá em teu lugar, eu sei.
Outros filhos virão em teu lugar.
Muitos outros.
E, juntos, hão de mudar a tua sorte.

Eu espero.

Paciente, eu espero o terceiro dia.
E um quarto, um quinto, um sexto dia…
O tempo que for,
Eu espero.

Ficha Técnica:

Produtor executivo: Flávio Chaves
Texto: Francisco Azevedo
Fotografia: Flávio Ferreira
Música: Pedro Paulo Azevedo
Montagem: Manuel Oliveira
Arte: Alexandre Murucci
Elenco: Esther Góes e Robson Phoenix
Produção e direção: Marcelo Taranto